O campo de busca no Twitter e no Facebook ainda são as armas básicas das polícias Civil e Militar para identificar possíveis confrontos marcados por torcidas organizadas em São Paulo. Além das pesquisas manuais nos próprios sites, cada polícia conta com estratégia particular e um tipo de banco de dados próprio para monitorar torcedores envolvidos em crimes no estado.
Em 25 de março, corintianos e palmeirenses usaram o Twitter para agendar uma briga na Avenida Inajar de Souza, na Zona Norte. Dois palmeirenses morreram no conflito, supostamente em ação marcada para vingar a morte de um corintiano ocorrida em 2011. Doze pessoas estão presas suspeitas de envolvimento nesses três homicídios
Em 25 de março, corintianos e palmeirenses usaram o Twitter para agendar uma briga na Avenida Inajar de Souza, na Zona Norte. Dois palmeirenses morreram no conflito, supostamente em ação marcada para vingar a morte de um corintiano ocorrida em 2011. Doze pessoas estão presas suspeitas de envolvimento nesses três homicídios
Na semana passada, o G1 visitou unidades de monitoramento da Polícia Militar e da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) na capital paulista para verificar como é feito o monitoramento da internet. À reportagem, dirigentes afirmam fazer esforços, mas admitem ainda ser incapazes de um monitoramento pleno das redes sociais. Tanto militares quanto civis apostam na futura aquisição de equipamento, alguns deles já em teste, e também em métodos tradicionais para monitorar jovens suspeitos de promover brigas entre torcidas.Os policiais civis e militares não haviam detectado nenhuma mensagem sobre essa briga e foram surpreendidos. A delegada Margarette Barreto, que coordenou a Decradi até o dia 4 de abril, afirmou que a delegacia ainda não dispunha de equipamento e pessoal para rastrear toda a rede mundial de computadores. "Para melhorar esse monitoramento é preciso mais pessoas infiltradas nas torcidas e mais equipamentos. Só assim vamos diminuir esse ponto cego”, afirmou Margarette Barreto antes de tirar licença.O coronel Álvaro Camilo, que comandou a Polícia Militar de São Paulo, até o início deste mês, também havia dito em entrevista coletiva no fim de março que as redes sociais são monitoradas constantemente. “[Mas] nem sempre você pega tudo”, afirmou. Apesar disso, ele considerou que não houve falhas da PM no monitoramento.
O delegado Arlindo José Negrão Vaz, que assumiu interinamente a Decradi após a saída de Margarette, quer a implantação de novos sistemas. “Existem alguns softwares que a PF [Polícia Federal] usa que, com palavras chave, eles rastreiam a rede. Estamos estudando a implantação desse sistema”, disse. "Precisamos de mais policiais voltados à formação específica com tecnologia. A Unidade de Inteligência da Polícia [UIP] nos dá bastante suporte nisso, de levantar telefones, identificar quem são as pessoas das torcidas.”
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